Textos
Vinho e Pele
O copo tombou,
o rubro escorreu
entre dedos, seios,
no ritmo do que ardeu.
A taça vazia,
a boca úmida,
e o desejo — um rio
que não seca, não foge.
Teu hálito quente
na curva do meu pescoço:
um gole, um gemido,
um silêncio que é sócio
do que os lábios não dizem,
mas o corpo traduz.
Mãos que procuram,
a pele que responde,
vinho e suor
na dança do onde
o "sim" é um arrepio,
o "não" não existe.
E quando a noite cai,
resta só o murmúrio
do que ficou por beber,
do que ainda vai doer...
de tão doce.
Ybeane Moreira
Enviado por Ybeane Moreira em 23/07/2025
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