Não cutuque a fera  
que pariu o mundo  
e ainda assim levanta  
pra fazer café.  

Não desafie  
quem carrega ciclos lunares  
nas veias,  
cria vida  
e depois cria jantar,  
enquanto você  
mal cria coragem.  

Cuidado com quem sangra  
e não desaba,  
com quem multiplica pães e gente
no mesmo útero cansado.  

Eu
que transformo dor em leite,  
cansaço em colo,  
e silêncio em revolução
não sou mulher:  
sou tempestade  
com nome de batismo.