Textos
Desculpa Cruzada
Não carregues, amor, o peso que eu carrego,
nem te aflijas com o que já não tem jeito.
Se erramos, foi junto — eu fui teu abrigo,
e o teu verso, em mim, era um peito aberto.
Não és mais culpado do que eu sou,
ambos bebemos do mesmo veneno:
eu, da tua ausência que dói,
tu, do meu silêncio pequeno.
Mas quem julga o vento por não ter rumo?
Ou a chuva que lava e depois some?
Fomos nuvens pesadas, sem destino algum,
e agora o céu nos dissolve, quase só fome.
Então guarda essa dor como eu guardo a minha:
não como culpa, mas como sina.
Ybeane Moreira
Enviado por Ybeane Moreira em 04/07/2025
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