Textos
DILEMA
Fórmulas cápsulas, século ambulante,
Gente a carregar dor como um fardo errante.
Na praça do tempo, ninguém fica parado,
Vendem-se sonhos em copo furado.
O remédio é rápido, a cura é incerta,
Engolem-se dias na máquina aberta.
O corpo é pastilha, a alma é refém,
O século passa e ninguém vê ninguém.
Ambulantes de si, perdidos no tráfego,
O peito é gaveta, a chave é um pleito.
Quem colhe o verso no asfalto urbano?
Quem ouve o grito por trás do teclado?
O dilema continua: viver ou ser via,
Comprimido de luz, cápsula de poesia.
Ybeane Moreira
Enviado por Ybeane Moreira em 20/05/2025
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