O som da sanfona que acalenta,  
no abraço de dois pra lá, dois pra cá.  
Esse balanço embriaga,  
e quando vejo, já estou a dançar.  

Meu corpo vira vento,  
meus pés escrevem no chão  
a história que o fole conta  
paixão ou solidão?  

Vai e vem como o destino,  
como o rio que deságua no mar.  
Um passo é saudade,  
o outro é pra me embriagar.  

E quando a música se cala,  
quando o baile se findar,  
ficará só o eco do fole  
e o meu corpo a descansar.  

Mas basta um novo acorde  
pra eu me levantar de novo,  
porque a vida é como a sanfona:  
aberta, fecha, e segue o povo.