Textos
Quando a Dor Virou Poesia
Não foi no primeiro corte
que aprendi a rimar
ferida com liberdade
foi quando percebi
que as palavras
doíam menos
que o silêncio.
Escrevi com os dedos sujos de luto,
com a garganta cheia de cinzas,
e cada verso
era um osso recolhido
do lugar onde eu desabei.
Não me enganem:
não foi alquimia,
nem magia
foi pura teimosia.
Transformei o sal em metáfora,
a cicatriz em estrofe,
o pranto
em pontuação.
Agora, quando a noite aperta,
não me perguntem
se dói menos.
Perguntem
se queima diferente.
Porque eu,
que já fui só carne ferida,
aprendi uma coisa:
até o grito mais mudo
pode ser
um poema
esperando
para nascer.
Ybeane Moreira
Enviado por Ybeane Moreira em 12/05/2025
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