Textos
Feridas que Viraram Estrelas
Não foram os deuses que me deram luz
fui eu,
costurando com fios de dor
o céu que faltava em meu peito.
Cada cicatriz,
um astro nascido do escuro.
Cada lágrima seca,
um cometa riscando a noite.
Mas não me venham com piedade!
O que sangrou em mim
não virou pó,
virou constelação.
E agora, quando a saudade aperta,
olho para o alto e reconheço:
esta cicatriz brilha como Sirius,
aquela outra, fria e azul,
é a luz de uma dor antiga
que não me queima mais,
apenas cintila.
Até o abismo, afinal,
pode ser um lugar de nascimentos.
E eu,
mulher-céu,
carrego no corpo
toda a escuridão
que precisou arder
para se fazer beleza.
Ybeane Moreira
Enviado por Ybeane Moreira em 12/05/2025
Alterado em 12/05/2025
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