Textos
NÓS MESMOS
Ó templo vivo,
Arcano em carne moldada,
Abrigo eterno de alma,
Em tuas curvas residem o verbo encantado,
No silêncio das formas, o poder do enredo.
Que jazes, corpo, tão vilipendiado?
É mapa de estrelas em pele tecido,
Cada traço teu, do cosmos traçado,
E do barro ao espírito, é o elo ungido.
Honrar-te, ó santuários de nós mesmos,
É ato sagrado, sublime, altivo,
Rechaçar as vozes que semeiam algemas,
Que saibamos amar o que o espelho reflete,
Pois cada imperfeição é verso que compete
Um poema que a vida em nós convence.
Não há padrão que possa conter
A vastidão do que somos em essência,
Cada forma, cada cor, um amanhecer,
Na plenitude de nossa existência.
Amar o corpo é amar a história,
De lágrimas, risos, vitórias e dor,
É entoar, em carne, nossa memória,
E renascer, em nós, o eterno amor.
Ybeane Moreira
Enviado por Ybeane Moreira em 13/12/2024
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