É deserto onde encontro, mas não sou miragem,
Em meio ao calor escaldante, sigo sem passagem,
Caminho entre dunas de ilusões e quimeras,
Onde a realidade se esvai e as sombras são sinceras.
No horizonte distante, vejo minha própria imagem,
Reflexo fugaz em um oásis de sabedoria e coragem,
Sou a ilusão que dança sob o sol inclemente,
E em cada passo, a sede da verdade é persistente.
No deserto da incerteza, sou a visão fugidia,
Uma promessa de água em meio à aridez vazia,
Caminho nas areias movediças da minha própria criação,
Onde a esperança é um miragem em busca de redenção.
Sou o deserto que encontro, sou a miragem que sou,
Em um ciclo eterno de busca e anseio pelo que já se esvaiu,
Mas no calor abrasador, encontro a força de prosseguir,
Pois mesmo como miragem, trago em mim o desejo de existir.