Ybeane Moreira
Poeta é um ser humano Sensível demais num mundo tão desumano!
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Relacionamento entre gerações na família
Relacionamento entre gerações na família

A família é um sistema complexo de relações, onde seus membros compartilham um mesmo contexto social de pertencimento. E o lugar do reconhecimento da diferença, do aprendizado de unir-se e separar-se, a sede das primeiras trocas afetivo-emocionais, da construção da identidade. É a matriz: na família nascemos, na família morremos! Sendo assim é a  base, o esteio, o sustento de uma sociedade mais justa. Ao longo da história da humanidade, assistimos à destruição de nações grandiosas por causa da dissolução dos costumes, que foi motivada pela desvalorização da família.
“A família é um caleidoscópio  de relações que muda no tempo de sua constituição  e consolidação  em cada geração, que se transforma com a evolução da cultura, de geração para geração” (Groeninga G.) se fundamenta na ideia de coesão e continuidade, como uma  célula reprodutiva,  e  vive o paradoxo mudança /estabilidade  em todo seu ciclo vital. A crise característica  de processos de mudanças muitas vezes surge como uma ameaça de ruptura. A singularidade de como cada família cuida de seu equilíbrio e sobrevivência, interage com os relacionamentos interpessoais  e intergeracionais de seus membros.
As etapas do ciclo vital estão marcadas por eventos significativos: nascimentos e mortes, separação da família de origem e formação do novo casal, nascimento do primeiro filho, o primeiro irmão, o nascimento dos filhos na evolução da relação conjugal e parental, a adolescência e passagem à idade adulta dos filhos,  a desvinculação progressiva  de pais e filhos,  o casal conjugal e parental na maturidade e envelhecimento, o acontecimento avós e netos, a separação  pela morte de um dos membros do casal.
O stress vivido nas fases evolutivas do ciclo vital se cruza com os legados transgeracionais  e com as causas externas. Este processo,  que se desenvolve numa dinâmica temporal, é de grande complexidade: quando uma geração está chegando à velhice,  a outra está vivendo o ninho vazio, a terceira  o ser adulto e a escolha  de seus pares e a quarta o inédito de ser o novo membro da família. Atitudes, crenças e mitos transmitidos de uma geração à outra exigem compromissos de lealdade  que se entrecruzam, somando-se às diferenças de cultura do casal/pais.
A memória do passado é indispensável para construir o futuro, “se não tens saudade, não podes compreender” (Bernard Prieur)
Aventurar-se a percorrer os labirintos  das relações  familiares e ir ao encontro do desconhecido  é também deparar-se com tesouros escondidos.
Como vem se transformando o relacionamento entre gerações através do tempo?
As gerações primam pela diferença e quanto mais permeáveis e definidas forem as fronteiras  geracionais, mais fácil será o relacionamento. O processo de crescimento é rico e criativo e a intimidade só é possível quando os conflitos podem ser enfrentados.
É  inesgotável o repertório  de como organizar-se  em família e atribuir  significados  às gerações,  à sexualidade,  à aliança entre grupos e indivíduos,  e é impossível um formato único que dê conta da complexidade da família e das relações  humanas.
Então, de que família estamos falando quando pensamos no relacionamento entre gerações? Certamente de uma família diferente, que não segregue crianças e idosos, dividida em extratos compartimentados e isolados: a infância, a adolescência, os jovens, os adultos, os velhos. O que você vai ser quando crescer, se pergunta às crianças. Por que? Elas não são? Ainda vão ser? E o que senhor fazia, se pergunta ao idoso. Por que? Ele não faz? Então o que lhe resta a não ser contar bravatas do passado se o  presente o olha como quem não faz mais nada?
A troca de experiências entre gerações é a oportunidade de compartilhar sabedoria, crescimento pessoal e aquisição de novos conhecimentos. É necessário educar com o objetivo de estimular gerações para a abertura de novas experiências, para novas maneiras de ser, para novas ideias e para a manutenção da autonomia, ou seja, na capacidade de fazer escolhas voltadas para o bem-estar físico, social e psicológico.


Ibeane campos Moreira, pedagoga, especialista em serviço social na saúde e assistência social.
Endereço eletrônico: ybeanepoestisa@hotmail.com
Nova Brasilia - BAHIA


OBS: ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL MUNDO JOVEM EM MARÇO DE 2013!



BIBLIOGRAFIA
“Direito de Família e Psicanálise – Rumo a uma nova Epistemologia” Rodrigo da Cunha Pereira/Giselle Groeninga. Editora Imago, 2003.

“As Heranças Familiares” Bernard Prieur (Coordenador). Coleção Sistemas, Famílias e Terapias 5. Climepsi Editores, Lisboa -1999.
Ybeane moreira
Enviado por Ybeane moreira em 11/12/2013
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